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Doenças Comuns em Cães e Como Preveni-las

Tempo de Leitura: 8 minutos

Prevenir é melhor que remediar, certo? Tenho certeza de que você concorda! E se eu te disser que as 10 doenças mais comuns em cães podem ser evitadas com medidas simples? Hoje vou compartilhar com você quais são essas doenças, incluindo aquelas que podem passar para os humanos, até as causadas por carrapatos. Ah, e vou te ensinar a prevenir cada uma delas.

 

1. Parvovirose

Doença altamente contagiosa, causada  pelo Parvovirus canino do tipo 2, afetando principalmente filhotes e cães não vacinados. A transmissão dessa doença se dá pelo contato com excreções de animais infectados, tendo alta taxa de morbidade e mortalidade. A parvovirose cursa com enterite hemorrágica, que é a inflamação e infecção do intestino, com diarreia sanguinolenta, vômitos severos, desidratação, perda de apetite, febre, emagrecimento e apatia. Não tem tratamento específico, apenas tratamento suporte. Sua forma de prevenção é através da vacina, que pode ser dada a partir dos 45 dias de vida. Número de doses e intervalos são determinados pelo veterinário, e seu reforço é anual. Lembre-se de não expor seu animal à rua, creches, ou a cães não vacinados antes de finalizar o protocolo vacinal. Se você teve um animalzinho com essa doença, você deve limpar o local em que ele esteve com água sanitária, descartar caminha, vasilhas, roupinhas, e esperar uma semana para que o local esteja 100% desinfectado. 

 

2. Cinomose

Doença altamente contagiosa, causada pelo vírus CDV, com alta taxa de morbidade e mortalidade, assim como a parvovirose. É uma doença contraída pela inalação de partículas infectantes no ar, ou pelo contato com secreções e excreções de animais infectados. O vírus acomete o sistema respiratório, gastrointestinal, urinário e neurológico, gerando secreções nasais e oculares, alterações respiratórias, diarreia, vômitos, febre, apatia, perda de apetite, e, o que mais chama atenção, sinais neurológicos, como convulsão e paralisia. Também não possui tratamento especifico, apenas tratamento suporte. Sua forma de prevenção é a vacinação, geralmente inclusa na mesma vacina da parvovirose. Logo, pode ser dada a partir dos 45 dias de vida. Número de doses e intervalos são determinados pelo veterinário, e seu reforço é anual. Diferentemente do vírus da parvovirose, o da cinomose é muito mais fácil de eliminar. Isso porque é um vírus envelopado, e seu envelope é composto por gordura. Portanto, um simples detergente já dá conta do recado. Claro que você pode usar a água sanitária pra dar aquela reforçada, só lembre-se de não misturar os produtos. Use um, depois o outro.  

 

3. Raiva
A raiva não é comum devido à obrigatoriedade da vacina e as campanhas de vacinação, que fazem com que ela esteja controlada no país.  É uma doença viral transmitida pela saliva de animais infectados, com aproximadamente 100% de mortalidade. Inclusive tem caráter zoonótico, ou seja, pode atingir humanos. Ao dizer saliva, inclui-se lambedura, mordedura e arranhadura. O vírus tem que penetrar na pele ou na mucosa para causar a infecção. Como o agente tem tropismo, ou seja, atração pelo sistema nervoso, causa diversas alterações neurológicas. A vacinação pode ser dada a partir dos 3 ou 4 meses, a depender da marca da vacina. Assim como as outras, é importante manter os reforços anuais. 

 

4. Leptospirose
Doença causada pela bactéria Leptospira interrogans, transmitida principalmente através do contato com urina e secreções de animais infectados, especialmente roedores. Cuidado com áreas alagadas! Pode ser transmitida também ao homem e causa alterações como apatia, perda de apetite, febre, vômito, diarreia, dor muscular, mau hálito, úlceras na boca, mucosas amareladas, aumento na frequência e volume urinário e na ingestão de água. Tem alta taxa de mortalidade devido principalmente à hemorragia ou a insuficiência renal aguda. Sua forma de prevenção é a vacinação, que vem junto à vacina de parvovirose e cinomose, logo, seu protocolo é o mesmo. Pode ser dada a partir dos 45 dias de vida, e o número de doses e intervalos são determinados pelo veterinário. Lembre-se do reforço anual. 

 

5. Verminoses 

Nada mais são que doenças causadas por vermes, parasitas que podem ser cestóides (vermes achatados) ou nematóides (vermes redondos). Podem inclusive acometer o homem, sendo os principais parasitas zoonóticos o Ancylostoma, o Toxocara, e o Dipylidium caninum, além de outros como o Trichuris. A transmissão ocorre principalmente pela ingestão, direta ou indireta, de ovos presentes nas fezes de animais infectados. Ou seja, basta uma água contaminada para causar a doença. Além disso, existem outras formas de transmissão, como a ingestão de pulgas e piolhos infectados com Dipylidium, e a picada de mosquitos como o Aedes Aegypti, que transmitem a Dirofilaria immitis (verme do coração). Os sintomas geralmente são: diarreia, vômito, perda de apetite, emagrecimento, atraso no desenvolvimento, pelos opacos e quebradiços, anemia, distensão abdominal, cólica e até sinais respiratórios e cardíacos, caso o pulmão e o coração façam parte do trajeto do parasita. Pode também haver prurido anal, o que faz o animal arrastar o bumbum no chão para coçar. Para prevenir, vermifugue seu animal regularmente e mantenha o ambiente sempre limpo, retirando fezes e matéria orgânica. Além disso, o controle de pulgas deve ser feito concomitantemente à vermifugação. No geral, filhotes devem ser vermifugados aos 15, 30 e 60 dias de idade. Depois, uma vez ao mês até os 6 meses de idade. Após esse período, o intervalo pode variar de 3 meses a 1 ano. Sempre que for vermifugar, faça 1 dose e a repita após 15 dias.

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6. Doença do Carrapato

Na verdade são doenças, no plural, transmitidas pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus. As mais comuns em cães são a erliquiose, causada pela bacteria Erlichia canis, e a babesiose, causada pelo protozoário do gênero Babesia. Dentre os sintomas podemos observar apatia, perda de apetite, vômito, diarreia, febre, sangramento nasal e anemia. Ambas causam diminuição na produção de células sanguíneas, mas a deficiência de plaquetas parece chamar mais atenção na erliquiose, enquanto a deficiência de hemácias parece estar mais presente na babesiose. Sim, é possível contrair só uma em vez das duas juntas. A forma de prevenção é o controle eficaz de carrapatos, seja através do uso de sprays, coleiras e pipetas repelentes, ou comprimidos orais. Lembre-se sempre de fazer a troca ou repetir a dose de acordo com o recomendado pela marca.

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7. Otite 
Infecção dos ouvidos, que pode ser causada por fungos, bactérias e ácaros. Na verdade, a bactéria é sempre uma infecção secundária, nunca iniciando o problema. Como sintomas podemos observar: secreção no ouvido, que pode inclusive ser bem escura, cheiro mais forte, coceira, vermelhidão, dor, o animal pode balançar a cabeça, ficar com ela inclinada ou até pedir para que você coce. Para prevenir a otite, deve-se evitar a umidade excessiva no conduto auditivo. Portanto, colocar algodão para dar banho, secar bem caso o animal tenha nadado ou pegado chuva, retirar o excesso de pelos caso haja, limpar os ouvidos regularmente com uma solução própria para isso, fazer um controle eficaz de parasitas e, se o seu cão for atópico, a doença deve estar controlada para evitar a otite. 

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8. Obesidade
É a desordem nutricional que mais cresce em cães e gatos, sendo caracterizada pelo acúmulo excessivo de tecido adiposo e causada por fatores como dieta inadequada, sedentarismo, genética, doenças endócrinas, idade, castração e uso de alguns medicamentos.  Pode causar vários transtornos mais graves à saúde, como a síndrome metabólica, diabetes mellitus, doenças cardiorrespiratórias, ortopédicas, complicações anestésicas, câncer, etc. Para prevenir a obesidade você deve fornecer uma alimentação de qualidade, na quantidade certa, estimular seu cão a se exercitar, além de fazer consultas com o veterinário regularmente.

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9. Alergias
São comuns e podem ser causadas por alérgenos ambientais ou dietéticos, como poeira, mofo, ácaros, pólen, insetos, penas, descamação da pele humana, produtos de limpeza, proteínas animais, vegetais, corantes e conservantes. Os sintomas incluem principalmente a coceira, vermelhidão e lesões na pele, descamação e perda de pelos. Irritabilidade e agressividade podem ocorrer devido ao desconforto que o animal sente. Em casos de alergias alimentares, sintomas gastrointestinais como diarreia e vômitos podem surgir. Infelizmente, para prevenir alergias, antes o animal deve apresentá-las. Só então, com a ajuda de um veterinário, os alérgenos podem ser identificados e evitados.

 

10. Doença Periodontal
A doença periodontal é caracterizada por grande acúmulo de tártaro com inflamação da gengiva e perda do tecido de sustentação dos dentes. Os sintomas incluem: mau hálito, gengivas vermelhas ou inflamadas, dificuldade para comer, falta de apetite, excesso de salivação, dentes soltos ou quebrados, sangramento gengival e mudanças de comportamento, como irritabilidade ou apatia. Pode causar problemas mais graves como insuficiência cardíaca, doença renal, pulmonar e hepática, além do risco de acometer os olhos e dificultar o controle da diabetes. Para prevenir esse problema é simples: escove os dentes do seu cão regularmente ou consulte um veterinário para realizar uma limpeza profissional caso a quantidade de tártaro já esteja elevada.

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Conclusão

Como você pôde ver, podemos prevenir várias das doenças mais comuns em cães. Recapitulando, mantenha em dia a vacinação, vermifugação e controle de parasitas, ofereça uma dieta equilibrada e de qualidade, estimule exercícios físicos, escove os dentes e limpe os ouvidos do seu pet. Ah, e leve ele ao veterinário regularmente para realizar check-ups. Cuidar da saúde do seu cão mostra que você é um tutor amoroso e responsável.  

 

Bibliografia: 

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MELO, Tuane Ferreira et al. Parvovirose canina: uma revisão de literatura. Natural Resources, v. 11, n. 3, p. 40-56, 2021. 

PINTO, Luciane Dubina et al. Enteroparasitos de cães: prevalência e conhecimento dos proprietários sobre fatores epidemiológicos. Veterinária em Foco, v. 5, n. 1, p. 10-15, 2007. 

SCHMITT, Cléderson Idênio; JORGENS, Elbio Nallen. Leptospirose em cães: Uma revisão bibliográfica. XVI Seminário Interinstitucional de Ensino, Pesquisa e Extensão. XVI mostra de iniciação científica. IX mostra de extensão. Universidade de Cruz Alta–UNICRUZ. Cruz Alta–RS, 2011. 

SILVEIRA, J. et al. Cinomose canina: caracterização dos sinais clínico-laboratoriais e identificação do genótipo viral em cães infectados do Rio Grande do Sul. 2013. 

Gabriela Horta

Gabriela Horta

Gabriela Horta, médica veterinária apaixonada por cuidar e promover o bem-estar dos nossos queridos animais de estimação. Com experiência na área de clínica médica de pequenos animais, dedico-me a fornecer informações precisas, atualizadas e úteis para todos os amantes de pets.

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