DicasSaúde

Convulsões em Pets: Como Agir em Emergências

Tempo de Leitura: 3 minutos

Convulsões em pets podem ser um momento assustador para os tutores. No entanto, saber o que fazer durante a crise é fundamental para ajudar o seu animal. Neste artigo, abordaremos o que é uma convulsão, suas causas, a diferença entre convulsão e epilepsia, e como agir em situações de emergência.

Saiba tudo sobre convulsões em pets: o que é, causas, como agir durante e após uma crise, e quando o animal deve ser tratado.

 

O Que é uma Convulsão?

Convulsão é a contração violenta e involuntária dos músculos ou membros. Para entender por que isso acontece, é importante compreender o funcionamento do cérebro. Os neurônios comunicam-se por meio de um processo chamado despolarização, que depende do equilíbrio entre neurotransmissores excitatórios, como o glutamato, e inibitórios, como o GABA. Quando esse equilíbrio é perturbado por um aumento na excitação ou diminuição na inibição, ocorre uma convulsão. Na verdade, o que acabei de explicar configura como crise epiléptica. Convulsão é a crise epiléptica com perda de consciência.

 

Causas da Crise Epiléptica

Convulsões em pets podem ser causadas por diversos fatores, como:

  • Shunt portossistêmico (problema na circulação sanguínea do fígado);
  • Tumores cerebrais;
  • Cinomose;
  • Envenenamento;
  • Estímulos sensoriais intensos, como fogos de artifício.

Fogos de artifício, por exemplo, podem desencadear convulsões devido à hiperatividade neuronal causada por barulhos altos, flashes de luz e descargas de adrenalina e cortisol, especialmente em animais predispostos.

 

Diferença Entre Convulsão, Crise Epiléptica e Epilepsia

Como já mencionado, a crise epiléptica é a contração violenta e involuntária dos músculos ou membros, causada por uma atividade elétrica anormal no cérebro, enquanto convulsão é a crise acompanhada de perda de consciência. Ou seja, toda convulsão é uma crise epiléptica, mas nem toda crise epiléptica é uma convulsão.

Já a epilepsia é uma condição crônica caracterizada pela predisposição do cérebro a gerar crises epilépticas espontâneas e recorrentes.

 

Tipos de Crises

As crises podem ser classificadas em:

  • Tônica: Rigidez muscular;
  • Clônica: Movimentos repetitivos e rítmicos causados pela contração e relaxamento dos músculos;
  • Tônico-clônica generalizada: Combinação de rigidez muscular e movimentos repetitivos.

Os animais podem apresentar mudanças de comportamento antes da crise, o que chamamos de pródromo, e após a crise, o que chamamos de pós-ictus. Alguns exemplos são desorientação e agressividade. Durante as crises, podem ocorrer perda de controle da bexiga e intestino, salivação excessiva e secreção lacrimal.

 

Como Agir Durante a Crise

Durante uma convulsão, siga estas orientações:

  1. Mantenha a calma: 
  2. Retire objetos perigosos: Afaste móveis ou itens que possam ferir o animal.
  3. Proteja a cabeça: Coloque um pano ou toalha embaixo da cabeça para minimizar impactos.
  4. Evite movimentá-lo: Somente mova o pet se ele estiver em local de risco.
  5. Não tente segurá-lo: Isso pode causar lesões tanto em você quanto no animal.
  6. Nunca coloque a mão na boca dele: Animais sem controle do corpo podem morder involuntariamente.
  7. Coloque-o de lado caso ainda não esteja: Isso evita que o animal engasgue com a própria saliva, ou aspire para a traqueia, causando obstrução da passagem de ar.
  8. Aguarde a crise passar: O episódio geralmente dura segundos ou poucos minutos, embora pareça muito mais longo.

 

O Que Fazer Após a Crise

Quando a crise terminar, o animal pode estar desorientado ou cansado. É importante:

  • Deixá-lo em um local tranquilo, com pouca luz e estímulos;
  • Oferecer carinho apenas se ele buscar conforto;
  • Levar ao veterinário para investigação e exames.

Casos de emergência: crises que duram mais de cinco minutos (estado epiléptico), pequenas crises sem retorno à consciência entre elas, ou mais de três crises em 24 horas (cluster). Crises por suspeita de envenenamento também são emergências e necessitam de atenção imediata.

 

Diagnóstico e Tratamento

Para um diagnóstico preciso, mantenha um diário com informações sobre as crises, incluindo data, hora, duração e comportamento do animal antes e depois do episódio.

O tratamento é indicado nos seguintes casos:

  • Doença intracraniana convulsiva sem cura;
  • Estado epiléptico ou cluster pelo menos uma vez;
  • Intervalo entre crises menor que 12 a 16 semanas;
  • Mais de uma crise dentro de seis meses;
  • Aumento na frequência ou gravidade das crises.

Na epilepsia idiopática, onde não há causa e, consequentemente, cura, o objetivo do tratamento é reduzir em pelo menos 50% a frequência das crises, idealmente alcançando apenas uma crise por mês durante um ano. Apenas 15% dos pets respondem ao tratamento.

 

Considerações Finais

Convulsões em pets podem ser um momento de angústia, mas, com informação e preparação, é possível lidar com essas situações de maneira eficiente. Observar os sinais, buscar diagnóstico e criar um ambiente seguro é essencial para o bem-estar do seu melhor amigo.

 

Confira meu eBook com as 20 melhores rações do mercado e garanta a saúde do seu pet!

 

Bibliografia:

Hague, D. W. (2020). “Recognizing and treating seizures in dogs and cats.” Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice.

Patterson, E. E. (2019). “Epilepsy and seizure disorders in pets.” American Journal of Veterinary Research.

Podell, M. (2018). “Seizure management in dogs: what owners need to know.” Journal of Veterinary Medicine.

 

Gabriela Horta

Gabriela Horta

Gabriela Horta, médica veterinária apaixonada por cuidar e promover o bem-estar dos nossos queridos animais de estimação. Com experiência na área de clínica médica de pequenos animais, dedico-me a fornecer informações precisas, atualizadas e úteis para todos os amantes de pets.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *